Pesquisa mostra o comportamento dos profissionais contábeis após a implantação do Sped
De acordo com o levantamento, somente 22,7% dos profissionais da área cursaram mais de 40 horas de treinamentos sobre a nota fiscal eletrônica
Após cinco anos da padronização das normas contábeis e dos projetos do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), 41,9% e 34,9% dos profissionais da área, respectivamente, nunca participaram de cursos e eventos de capacitação sobre estes dois temas.
Esses dados são resultados da pesquisa on-line "Empreendedorismo contábil no mundo pós-Sped" realizada entre 19 de julho a 25 de agosto, que obteve 795 respostas.
Coordenado pelo professor Roberto Dias Duarte, autor da série de livros "Big Brother Fiscal", o levantamento mostrou que apenas 22,7% dos profissionais cursaram mais de 40 horas de treinamentos operacionais sobre Nota Fiscal eletrônica (NF-e), EFD-ICMS/IPI (21,5%), EFD-Contribuições (16,6%) e Sped Contábil (12,3%).
Ainda foi mostrado que a maior parte das empresas (61,3%) não investiu em marketing ou eventos para clientes, adequação à IFRS (60%) e consultoria organizacional (58,6%). Além disso, menos da metade das empresas (44%) investiu em infraestrutura tecnológica e (43,4%) reverteu recursos em sistemas de informação.
"A reclamação sobre a complexidade de adaptação ao Sped e as constantes mudanças legislativas é compreensível, mas não justifica toda esta falta de capacitação profissional e desinteresse das empresas contábeis em investir em seus colaboradores", avalia Duarte.
Segundo o estudo, sete em cada dez profissionais (66,9%) avaliaram a EFD-Contribuições como difícil ou muito difícil. A legislação foi citada por 45,9% dos entrevistados como sendo a principal dificuldade enfrentada pelos profissionais. Para 63% dos participantes, os impactos do Sped são positivos para as empresas de Lucro Real.
Carga tributária
Uma das percepções iniciais do Sped, a queda gradual da carga tributária no médio e longo prazo, parece não ser algo plausível para os profissionais contábeis. A maioria, ou 71,7%, acredita que a sistemática não reduzirá a carga tributária, enquanto 64,4% têm a mesma opinião de que a complexidade neste campo não diminuirá.
Outro cenário mostra que 58,4% dos participantes acham que o Sped não reduzirá os custos operacionais das empresas, e 55,6%, os custos operacionais dos escritórios contábeis. Entretanto, 53,1% apostam no aumento do valor das consultorias em sistemas; 49,3%, no preço das licenças de software; e 46,4% na remuneração das consultorias tributárias.
Fonte: Administradores.com.br
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